3.15.2005

Feliz Aniversário...


"Querida Mamãe,
Esse ano não haverá flores, chocolates, porta-retratos, ou qualquer outro presente de aniversário com o qual você já esteja acostumada. Hoje, resolvi dar-lhe algo mais sincero e especial, e reservado a poucos, bem poucos: uma parte do meu mundo. Não que ele seja lá tão grandes coisas assim. Mas é meu. E é sincero e poético. E nada melhor do que começarmos com Clarice, nesse nosso primeiro passo ( rumo ao mundo de Elisa ). Clarice... Que me traduz em palavras e me desnuda página após página; que ela seja não só tradutora, mas também elo, entre eu e você.

Espero que com esse livro estreitemos não tão somente nossos tão falados "laços de família", já que esses são evidentes e não demandam muito mais do que uma árvore genealógica em comum, mas especialmente, nossos laços de amizade, admiração, amor e compreensão. Que com esse primeiro livro, e também primeiro passo, adentro meu mundo, você consiga ver um pouquinho mais da tão evasiva e fugidia Elisa. E quem sabe, compreendê-la melhor? Ela, que é tão repleta de enigmas e mensagens cifradas escondidas dentro de caixas de música quase silenciosas.

Toma! Coloco um pedaço do meu mundo no teu peito e entre suas mãos ( assim, em letras pequenas, pois é como escrevo. num semi-sussurro. com a timidez e o resguardo de infância tardia. quase despercebidamente. ). Cuida bem dele, por favor. Não faço isso com freqüência, e você, por ser a mais especial, não merecia menos do que este presente e este convite meu "às minhas coisas". Te amo muito. Feliz Aniversário!

Beijos da sua filha "torta" e escritora,

Elisa.

Rio de Janeiro, 14 de março de 2005."
- sentimentos impressos na contra-capa de um livro. dO livro. -
P.S. Porque Elisa sabe ser meiga. E brega. E sincera.
Elisa é, afinal de contas, humana.
Filha.
Porque Elisa ainda tem esperança.
Tenta.
" E eu abri uma fresta da porta de entrada. Assim, pequenina. Um quase nada de fresta.
E Ela espiou para dentro do quarto.
E me pegou. Com lágrimas nos olhos, pés desnudos e vestindo somente a calcinha retrô de babados que encomendei.
Olhamo-nos. "
Sorriram...