3.15.2005

Rumo à Mansão Foster de Amigos Imaginários... Ou o que quer que isso signifique.

Alaíde escreve em código. Um código muito pessoal, que só ela decifra, só ela conhece.

Mas existe um motivo.

Alaíde espera. Por alguém.
O leitor perfeito, que um dia vai aparecer de susto, sorrateiramente, e num instante entender todas as suas referências. Referências meta-individuais. Escondidas em espaços entre vírgulas, ou na colocação específica de uma sílaba.

Alaíde sonha. Procura o impossível. Aquele. Do campo do intangível.

Alaíde adoece...
Sozinha.
Perdida dentro do filme não-realizado do Bertolucci.

i-rrealizável...

Chora.

Entre uma lágrima ou outra
Alaíde
adoecendo
escorrega sua mão umbigo abaixo
para dentro
da calcinha rendada
e procura-se
em frente ao espelho.

Alaíde aguarda uma carta. Não-escrita.

"Com licença..." - diz Alaíde. "Estou indo para a Mansão Foster de Amigos Imaginários..."

E nunca foi para ter graça.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Talvez Alaíde seja a amiga imaginária de alguém... Na maioria das vezes, amigos imaginários não sabem ser, de fato, imaginários.
Ou não. Toda uma teoria.
Mas ainda acho que, se Alaíde existisse, ela teria amigos. Nenhum ser imaginário é uma ilha, quanto mais um ser real.
Pois é. O que o sono não faz.

3:28 AM  

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