8.22.2005

Existe um enfim apesar dos pesares.

Eu poderia escrever e escrever e escrever.
Quando na verdade o que eu precisava era desabafar e desabafar e desabafar.


Eu desabafei, mas não foi um desabafo sustentado por um suporte técnico-médico-terapêutico. Foi um desabafo no estilo "oi-tudobem?-então, aconteceu que...".

Não que eu esteja reclamando, de modo algum. Muito me deixa feliz saber que ainda existe a possibilidade do "oi-tudobem?", mas dada a situação ( e eu realmente deveria ter empregado o plural aqui. pluralíssimo. plural elevado à exaustão cúbica ) eu necessito do suporte técnico-médico-etc.

Porque existe a exaustão cúbica. E exaustão cúbica significa repetição de padrões.

E

Por que existe a exaustão cúbica?

( ... )

Eu poderia utilizar o espaço acima para enumerar mil motivos, colocando em negrito o fato de que eu não compreendo as pessoas, e mais importante: as pessoas não me compreendem; sem esquecer-me de resmungar algo a respeito da inustiça existente no mundo e do sadismo divino. Eu poderia vitimizar e narcicisticamente transformar essa história em algo ao mesmo tempo único e extremamente banalizado, igual a tantas, tantas outras.
Então eu pulo as reticências e abro mão dos parênteses para dizer que:

porque eu permito.

Você analisa todas as situações num esforço mental e emocional de proporções bíblicas e o que há de comum em todas as histórias é um aspecto muito singelo e demasiadamente esquecido em benefício e malefício próprios: você mesma.

Eu sou o denominador comum. Presente em todas as malfadadas eqüações matemático-psiquiátricas.
E por isso eu necessito do desabafo técnico.

Porque eu poderia sentar no topo do meu telhado ou na escuridão do porão da minha casa e contabilizar misérias cuspidas para todos os lados. Mas nesse momento o que eu quero é abrir a porta e caminhar de encontro à saída.


"Vamos recolher o material para fazer a biópsia.
Dói um pouco.
Não, a dor não é exatamente local."

Cortesia de Ray Caesar: "The Burden of her Memories".


Nesse ínterim é preciso aproveitar para dizer aquilo que pode ser desfeito em cerca de duas horas.

O fato é que:


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...
"Pedalling through the dark currents I find an accurate copy
A blueprint of the pleasure in me

She loves him, she loves him

I love him, I love him
And he makes my want to hand myself over

I know by now that you'll arrive by the time i stop waiting

I miss you."

Porque é necessário parar de se questionar acerca de ...


E sim, terminou.
Descobri hoje a incrível e estimada capacidade de riscar o asfalto com carvão já em temperatura ambiente. E a paz ocorreu aqui dentro. Há silêncio.

Com o silêncio permiti-me enxergar o sorriso. E nada mais é tão sério como foi há cinco segundos.


Portanto...

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"Free the gnomes. Stop Opressive Gardening."

O que me lembra da Lygia Fagundes Telles.
Nisso, encontro mais espaço dentro de mim mesma para mais um sorriso.

P.S.: Um dia existiu a piada por trás da piada. Mas para minha felicidade ela perdeu a graça.

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8.19.2005

É. De fato existe um problema.



"Darling, i don't think i fit here anymore..." Posted by Picasa

8.16.2005

É possível haver estado de confusão mental independente de existir alguém ali?


O que aconteceu exatamente?!

Eu olhei ao redor e se apenas fosse possível escutar o silêncio, eu estaria feliz e calma.
Você me perguntou à queima-roupa e eu não soube lhe dar uma resposta.
Seguiu-se um burburinho esquisito dentro da minha mente e os ruídos parecem ter tomado conta de nós mesmos.

Eu só posso lhe afirmar que eu não sei.
Eu não sei como isso aconteceu. Eu não mais reconheço nada do que me cerca. Eu não mais quero aquilo que sempre me iludi quanto a ter.

Eu não sei. Fato concreto repleto do abstrato mutilado que me tornei.

Eu não sei escrever. Eu esqueci como berrar. Eu quebrei, não quebrei? Agora estou envolta em conseqüências e esse ruidinho estranho que não defino.
Ela acabou de me contar que " I used to be the one..."

I used to be...

E isso é só o que restou. De mim.

Eu preciso caminhar em Luxemburgo, mas até isso, que já foi um plano, que tornou-se meta, parece ter se esvaído de alguma forma.

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Ainda sem rumo. Estou ausente de mim mesma no presente momento.

E ainda bem que tem consulta marcada para 5a. feira.
Ainda bem.

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8.08.2005

Eu percebo uma vacância ao olhar além...


Izima Kaoru - "Corpus Delectable"

Eu procurei e procurei e procurei. Por alguma representação ainda que ao acaso. Por algo que eu pudesse observar nesse exato instante e exclamar " Estou aqui exposta e compreendida."
Explico que hoje eu queria olhar para o outro e nele ver aquilo que eu poderia reconhecer como mim mesma.
Existe um já longo e eterno cansaço da procura. Procurando por algo que é fracassadamente impossível de. Por isso busco, sem esperanças e com alguma ansiedade tola, algo que me represente.


Escrevi a carta de próprio punho. Punho quebrado e com defeitos congênitos. Entretanto, meu.
Escrevi a carta de próprio punho mas não pude outorgar poderes. Porque faltou o outorgar a. Faltou o alguém.

Estou cansada do em vão...
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8.01.2005

Clarice me deu uma unha quebrada, e eu fico aflita ao perguntar-me o que fazer com ela.


"The Succubus and Other Tales" - Basso and Brooke

Porque existem dias em que não há coerência, racionalidade ou tentativa de equilíbrio que justifiquem - ou escondam - essa aflição de unha quebrada que eu sinto aqui dentro...

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