7.28.2005

Bipolarmente nua - e preguiçosamente sem talento.


Ela procura, revirando papéis velhos dentro de gavetas pré-construídas, seus ansiolíticos. Quarta-feira à noite de um dia repleto de visitas, desilusões e tomadas bruscas de decisões.
" - O tipo de dia que só se suporta de maneira minimamente tolerável com doses significativas de ansiolíticos."

Um copo d'água. Um comprimido rosa. Uma pílula branca.
"- Será necessário mais um ou meio comprimido rosa? ... Melhor esperar... "

E o que lhe salva são os pensamentos mórbidos. Eles sempre lhe salvaram. Desde que proibida de auto-infligir dor, mergulha adentro a interminável banheira, inundada por sangue velho e placenta.

A água de um gelado mórbido, mas suportável. Primeiro as pontinhas dos dedos dos pés, depois os tornozelos, e assim vai, lentamente, até ter todo seu corpo submerso. E ali dentro vê-se envolta por acidentes de carros, abortos espontâneos - ou espontaneamente provocados de formas nada moralmente aceitas, tentativas de suicídio, sirene de ambulância, lágrimas, desespero e uma dose considerável de agonia.
Dorme.

Ao acordar senta-se no canto do quarto, entre uma porta de armário e uma parede a formarem um perfeito ângulo de 90 graus, e ali fica.
Ali sente-se bem, aliviada, quase plena ainda que consciente de que o que lhe aflige é a interminável falta daquilo que parece estar num constante "prestes a mover-lhe"- sem que nunca o conclua.
Abraçada por uma porta de armário e uma parede fria, chora. Compulsivamente. Choro desesperado, sufocante, solitário. Chora até sentir-se livre. Nova. Semi recuperada da anormalidade mental.

Então senta na cama. Procura jornal, agenda, caderno, caneta e telefone. E calmamente anota as informações prestadas pela secretária. Metodicamente elabora cálculos, esquematiza horários, verifica benefícios e prejuízos advindos da posterior tomada de atitude. Escreve tudo de forma quase religiosa em sua agenda amarela, em letras pequenas e caligrafia de professora de primário. Em questão de quinze minutos tudo está diferente mais uma vez.

Olha para o relógio: 18 horas e 47m. Decide tomar um banho antes de sair. Uma chuveirada. Bem forte.



insects and angels - astra zero Posted by Picasa


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Aproveitando o momento Placebo...

"I was never faithful
And I was never one to trust
Borderlining schizo
And guaranteed to cause a fuss

I was never loyal
Except to my own pleasure zone
I'm forever black-eyed
A product of a broken home

I was never faithful
And I was never one to trust
Borderline bipolar
Forever biting on your nuts

I was never grateful
That's why I spend my days alone
I'm forever black-eyed
A product of a broken home (Broken home)

Black-eyed [repeat]

I was never faithful
And I was never one to trust
Borderlining schizo
And guaranteed to cause a fuss

I was never loyal
Except to my own pleasure zone
I'm forever black-eyed
A product of a broken home (Broken home)

Black-eyed [repeat]

P.S. E eu sei que o texto acima ficou um amontoado de fezes, mas sabe, confesso: tive profunda preguiça de terminá-lo, então fiz a coisa mais adolescente possível: tirei da manga uma metáfora óbvia e xinfrim e terminei-o abruptamente.
Vergonhoso. Paulo Coelho perde. Mas há como esquecer que sou humana? Não. Então, que fique de prova só para eventuais dias de ego literário por demais inflamado.

7.25.2005

Pelas magnólias que florescem em segredo ali, no meio do aparente nada.

"Debruça-se na janela até sentir as batatas das pernas queimando. Mas batata da perna é um nome tão feio... Desejaria que lhe chamassem magnólias. Porque o que sente queimar são suas magnólias. Não que não possua batatas. Todos as possuímos. Ainda que escondidinhas, entre um saco de cenoura e outro repleto de agrião. Tentando não ocupar espaço e a preencher todas as frestas do lado de dentro da porta. Até que: escapam! Mas ainda que possua batatas e que só há bem pouco tenha se preocupado em escondê-las de quem quer que fosse, sente que ali átrás das dobrinhas do joelho possui magnólias.

As magnólias a queimarem-na.

Ajusta-se na janela, empurrando o corpo para fora, a tentar equilibrar-se na sutileza de pontas de pés.
E olha...
São breves cinco segundos de delicado equilíbrio e alguma tentativa de interesse. Sendo que a única coisa que salva é o sentimento de possuir flores em chamas a chamarem-lhe para dentro. Se não fosse isso, adormeceria ali mesmo. Esticada sobre a longa avenida povoada. A longa avenida poluída e maltratada pelo tempo e pelos transeuntes - ainda que quisesse dizer passantes [ ainda que não sejam exatamente isso. não passam. adornam de forma bruta e quase insultante. ].

Um ônibus passa levantando a poeira semi-cáustica até o topo do edifício. E do alto da janela suas narinas se ouriçam agitadas na ânsia de que algo tenha sentido. Nesse caso, cheiro, provando haver olfato. Há olfato. E isso, somente. Porque as micropartículas repletas de falta de vida e abundantes em ostentação de um nada quase odioso apenas passam. Pode-se vê-las no ar subindo como balões em direção ao topo de não-se-sabe-bem-o-quê. Flutuando... Sem tocar, sem esbarrar, sem invadir, sem provocar. Sem sentido.
Nada ocorreu.

Durante cinco segundos ficou a olhar. E mesmo ouriçando narinas, aguçando sentidos, extraindo o melhor que podia das flores com cheiro bom de assado em dia de domingo no campo: nada.

A poeira passava ali. Em frente aos olhos, do alto do sexto andar. Mas inodora, incapaz de penetrar.
Descubriu-se cuidadosa e carinhosamente embalada a vácuo quando se tratava disto. De poeira urbana envelhecida.

E após cinco segundos de mero esforço muscular concluiu seus trabalhos.
Sorriu brevemente e voltou para dentro de casa. Com uma excitação boa por trás dos joelhos, e uma certa sensação de sono sem cansaço. "


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Porque é possível ter a vida que é mais coerente consigo própria. E no fundo, é só isso que ela procura.

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É capaz de olhar nesse instante e ver-se cercada pelo silêncio e pela esperança confusa - advinda do deixar-se viva, permitir-se viver - e percebe estar em boa companhia.

Será que vocês percebem?!


7.13.2005

The Simple Life


Paris and Nicole.
Na verdade, nesta foto é "Nicole and Paris" ( da esq para dir ) - e respectivos cachorros.

Elas não são adoráveis? ( sorrisos. sinceros!!!! juro. )

Enfim... I just love "their" simple life...

E o post de hoje é mais profundo do que vocês imaginam... Mas só para vez por outra adotar um "Paris and Nicole" lifestyle, eu nem vou me aprofundar e entrar num blábláblá emocional infindável me explicando a respeito disso.

Por hoje, opto por ser vaga. E quem quiser me achar somente fútil, está ótimo para mim.
Fabulous, really.

Pronto. Já me aprofundei demais.

"Bye, sexy!"


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7.05.2005

Please Focus.



E no exato momento ela encontra-se perdida em meio a tanto e tão pouco.
Porque lhe faltam forças e lhe sobram idéias. Falta-lhe tempo e abunda-lhe confusão.

Rabisca, rabisca. Milhões de manuscritos e rascunhos de algo que deve se fazer concreto AGORA. Mas agora? Já passou.

A soma é feita incessantemente. Milhões de números, fatores, circunstâncias. Todos a serem devidamente analisados, considerados, ponderados e ao final de tudo, somados. E neste, tudo o que lhe resta é uma dose de Neosaldina, a falta de sono e um número inconcluso, cujo sinal não se sabe ainda se é positivo ou negativo.

Adicionou ou subtraiu?

E sobram listas...

piano.direito ambiental.pós-graduação.senai/cetiqt.concurso.design.história da arte.muay thai.artesdramáticas.aulasparticularesdefrancês.galeriadeartes.fotografia.salário.emprego.viagem.anima mundi.moda.fgv.esa.iza.curriculum.sessãodefotos.livros.roupas.catálogo.fotos.descrições.artnouveau.
artdecó.satzuma.manoelito.luisxv.luisxivtambém.remédios.tratamento.médico.exame.doença.contas.
apartamento.yoga.dança.come.poucodorme.pesadelo.nãosonha.pénochão.explode!
apagoualâmpada?!
explodenão. faltasómaisumpouco.umavidainteiramaisprecisamente. Posted by Picasa

7.04.2005

De esquecimentos e inebriante imersão.



Eu queria esquecer. Me esquecer, em definitivo.
Concretamente e solitária.
Em meio à minha falta de fôlego e sofreguidão.

O absoluto apego a essas memórias gastas e o conseqüente desapego a você. E a mim. Mesma.
Sempre mesma.

Eu queria me esquecer.
E esquecer-nos enfim...

murder. redux.
le suicide final e premiér. Posted by Picasa